
A coincidência
do super-juiz!
Por obra e graça de uma entrevista ao juiz Carlos Alexandre, descobri que a vida e a Justiça se resumem a 2 títulos de livros de Gabriel Garcia Marquez.
Perguntei: Sente-se "Um General em seu Labirinto"? E ele disse sentir-se mais na pele de "O Náufrago". A entrevista versava sobre um computador que sorteara um processo contra um ex-primeiro-ministro preso pelo super-juiz.
E coincidências? A única falta ao trabalho de Carlos Alexandre, em décadas, aconteceu no preciso dia do tal sorteio. "Se tinha de ser naquele dia, foi naquele dia!" - respondeu. O ´Processo-Marquês` foi entregue a outro juiz, alegadamente adversário de Carlos Alexandre.
Voltemos a Gabriel Garcia Marquez porque ele tem um outro livro que nos pode calhar-na-rifa: "História de uma Morte Anunciada". Será aziago? Claro, porque numa versão portuguesa, não será Nassar a morrer. A vítima será a Liberdade devolvida aos Portugueses há cinquenta anos.
José Ramos e Ramos

Escrevo estas linhas em memória de um querido amigo, mais cego que um morcego e que de cada vez que dava um encontrão em alguém sorria de lado, como se uma abelha lhe vivesse em alegria no canto da boca. E dizia: 'sou mesmo parvo, que sempre que saio à rua de óculos esqueço-me de trazeros olhos'
Cegueira sobre o ensaio

Jornais em saldo
Cristiano Ronaldo comprou o jornal mais lido de Portugal, ao preço de um automóvel. Aconteceu meses depois de atirar o microfone de um jornalista desse jornal-TV a um lago.
E assim três linhas dizem tudo sobre a saúde da Imprensa portuguesa.
E qual é a posição dos jornalistas? Oh! Também ajudam à festa, por exemplo, interrompem uma entrevista numa TV, para dar em "directo" a chegada de um treinador de futebol ao aeroporto de Lisboa.
E os repórteres? Fazem jornalismo-de-precaução, disse e bem Baptista Bastos.
E os polícias? Esses põe no Panteão um jogador futebol, ao lado do escritor Eça de Queirós.
E os directores das TVs? Empenham-se em impingir políticos como se fossem comentadores. E dormem colados aos telefones vermelhos ligados aos Tribunais e ao Ministério Público. Dizem tratar-se de "investigação jornalística!"
E os autarcas ajudam? Claro! Pulverizam as cidades, impedindo a distribuição dos jornais. E então? O que fazer? Pois! Venha um cervejola e Viva o Ronaldo: estamos a regressar (mais velhos) ao ano de 1973!
José Ramos e Ramos


O pópó enfiado em casa
Já foi chiquérrimo ter uma casa com um popó, enfiado... em casa.
O Bentley do senhor e o Mercedes Sedan da senhora tinham quarto com porta própria. E ao lado dançava-se foxtrot e os miúdos dançariam depois yé-yé para mostrar as máquinas às amigas.
Nas soirėe lia-se António Couto Viana. O'Neil e Natália Correia nem pensar! E o elétrico já passava à porta. Era cómodo mas era para o povo, que não tinha pópó.
O consumo e, mais tarde, a Liberdade deram ao povo dinheiro e o povo também comprou popós. E os senhores? Abalaram nos seus popós
para para sítios cada vez longe do povo-com-popós. E povo? Foi morar para longe, porque assim podia ter casa e popó. E agora?
Agora há popós por todo o lado e casas... abandonadas em quase todas as ruas vistosas das cidades. E o foxtrot? Tornou-se nome de bar de Lisboa, onde já se dançou tango.
Mas os senhores já não dançam. Já não estão... deixaram para sempre os seus popós e a belíssima casa em ruínas.
António Couto Viana também se sumiu. Ficaram O'Neil e Natália Correia.
José Ramos e Ramos

Quando um gato afia as unhas num livro
O meu gato adora livros, como Natália Correia gostava de gatos, soube eu através de um amigo. O Umberto Eco também tinha um gato.
O autor do 'Pêndulo de Foucault' forrou as paredes de casa com estantes, onde o seu gato afiava as unhas. O meu já fez isso. E eu achei graça. Pensei, ele osta de livros!
Umberto Eco, o autor do 'Pêndulo de Foucault', forrou as paredes de casa com estantes, onde o seu gato afiava as unhas. O meu já fez isso. E eu achei graça. Pensei: ele gosta de livros!
O meu Max também adora a entrada do prédio, para meter ´conversa´ e receber carinhos. Há dias sentei-me ao lado dele, no degrau de entrada, e recebemos apenas três ´boas tardes` em doze passagens de vizinhos. E carinhos? Nem um.
Devem ter imaginado que o Max também gostava de livros; ou então embirarram por eu ser amigo de um gato ´vira-latas´.
O Max não ligou e eu, ao seu lado, sentado, continuei com a ler Eco, semelhante a Fernando Campos em 'A Casa do Pó'. Mas poucos poucos passaram cartão ao escritor português, que foi professor no Liceu Pedro Nunes. Se fossemos 'francius' ou 'camones', era diferente. Por cá a estrangeirada sempre teve palmas, desde pai de Afonso, importado da Borgonha, há 800 anos. JRR

José Alves Mendes
De as coisas do mundo não existirem antes do reflexo, sussurre ou não nele o rumor das armas. De pino feito, à beira do Arno, havia núvem escura e céu estrelado de meio da tarde ao saber da corrente, ao traço da água.
São sempre as pequenas coisas que fazem as grandes saudades.
José Alves Mendes
Do avesso das coisas. Florença, 1980.


Vizinhos que são cães gentis
Canso-me a falar com os senhores cães, quando vou ao parque fazer um pouco de jogging.
Nestes meses, desde a minha mudança de casa, conheci no parque o Carvão (cão d'água português), o Hulk ( pastor alemão), o Teco (vira-latas), a Lulu (caniche), o Simão (um rafeiro divertido) e por aí fora. Todos passseados à trela por zelosos donos.
O dono do Carvão tem-me posto ao corrente das maleitas... do Carvão. No caso do Teco falam-me dos traumas de infância. Já a Lulu anda aborrecida com os vizinhos. O Hulk sente-se depremido. E o Simão passou a detestar as viagens de automóvel. Enfim .E vá lá! Qual é o nome dos donos? Não sei. Eu apresento-me ´Bom dia, eu sou o José` e eles respondem `Muito prazer, eu sou o dono do Farrusco`, por exemplo. É assim.
Já tenho até o número de telemóvel de todos, porque estão preocupados que os meus 2 gatos possam ter um súbito mal estar. Que bom! Estou encantado com tantos cães bem-falantes, gentis e... bons vizinhos. JRR
GARCIA MARQUEZ ILUSTRA A MÁ-SORTE PORTUGUESA
Graças a uma entrevista a juiz, fiquei a saber o seguinte: uma vida ou um sistema judicial resumem-se a 2 dos títulos de livros de Gabriel Garcia Marquez: "Um General em seu Labirinto" e "O Náufrago".
Ou seja vencemos no caos ou desistimos nas agruras, mesmo já com um mão numa qualquer praia.
A entrevista versava sobre um computador atrapalhado no sorteio de um processo sobre um ex primeiro-ministro preso com transmissão directa nas televisões.
Pelo meio veio a pergunta sobre se o tal juiz se identificava com "Um General em seu Labirinto", mas o juiz preferiu "O Naúfrago".
Todas as vidas têm imprevistos e o também tropeçou faltando ao importante sorteio da sua vida.

Aliás a única falta em décadas de a única falta em décadas de e concluiu assim : se tinha de faltar naquele dia, foi naquele dia!". lá aconteceu o que ja se previa. O processo foi distribuído a uma espécie de rival.
O juiz criara como sempre um mega-processo que já dura para além dos 7 (sete) anos de investigação arrastada.
E qual será o desfecho?
Um outro livro de Gabriel Garcia Marquez com um título muito premonitório: "História de uma Morte Anunciada".
Mas, creio que numa versão portuguesa, não será Nassar a morrer. Mas sim a Liberdade devolvida aos Portugueses há 50 anos.
José Ramos e Ramos

Na morte de um alfarrabista amadoríssimo (daqueles de amado) e figura de esquina.
Que como ele sempre dizia: 'não tenho arcaboiço para vir a ser de bairro'.
Os livros guardam os guardadores de livros. Que em não accreditando nisso eu passava a vida vestido de luto.

Bizantina resiste aos especuladores de Lisboa

À distância de um telefonema, confirmámos a vitória dos alfarrabistas da Bizantina sobre especuladores imobiliários, matantes de Lisboa. Neste caso (imagine-se!) algum burocrata da Sociedade Histórica da Independência de Portugal (SHIP) a pedir um aumento astronómico de renda de 40 por cento sobre 1500 euros.
Já passaram 3 anos da anunciada morte. Os especuladores são pacientes. Mas a Bizantina está de pé.Na altura o jornal Público noticiava a vitória: "a Bizantina das Portas de Santo Antão já não vai fechar (porque) como a SHIP já era uma sociedade sem fins lucrativos e, como tal, não (pode) cobrar rendas, ficou acordado pelas partes que a Bizantina faria um "donativo voluntário trimestral à sociedade".
A livraria alfarrabista ficava assim a pagar 4500 euros (1500 por mês) pelo espaço de cerca de 13 metros quadrados e por mais um armazém da mesma dimensão". Uma vitória! mas pesada. Estes alfarrabistas são uns heróis. À cabeça está Carlos Bobone.



URGENTE NO PARLAMENTO: LIVROS EM VEZ DE ÉCRANS
Os dias da Assembleia da República seriam diferentes, se José Lello continuasse a distribuir livros aos deputados.
Todos os anos, pelo Natal, José Lello oferecia uma cabazada de livros, com títulos em função da actividade de cada deputado. Para além da graça, praticava-se o foco, coisa importante para o sucesso das vidas.
Um livro obriga a mente a focar-se num único assunto e desabitua-se de confusões e dichotes
Com um livro à frente, reflectimos no que vamos dizer e nas consequências.
Claro, as convulsões políticas continuarão, por serem inerentes à vida. Os debates seriam assim gentis e produtivos, por serem estribados por livros.
José Lello era generoso, trabalhador e alegre. Faleceu a 14 de Outubro de 2016. Deixou de haver livros oferecidos. Agora só há ecrãs de computador nas bancadas do Parlamento, como num escritório. José Ramos e Ramos

'É como eu aponto as coisas'.
Cozinheiro compulsivo da família, em casa alheia trato de ajudar no que fôr preciso mesmo que a cozinha da vizinha esteja mais suja que a minha.
Há dias deitei ao lixo lixo que nem era meu: latas de conserva, gargalos de iogurte, voltarenes encarquihados, rolos de papel higiénico sem destino, sacos secos de chá, resquícios de ovos mal cozidos e lascas de sabonete.
E diz-me horrorizada a dona da casa: 'atiras à rua a minha lista de compras?!'.
Diz que há gente assim e eu nem sabia: a que nos pede uma lista escrevinhada ou a fixa notelemóvel para melhor ir às compras e aquela outra que deixa pedaços de lixo ao lado do fogão, a meio caminho do caixote, para se lembrar daquilo que tem de voltar a comprar.
Aprendi a lição. Hoje de manhã vi cascas de cebola no chão da rua e pensei: 'ora gaita, que alguém se esqueceu do bloco de apontamentos'.

Natália Correia

Comecei pelos versos dela. Depois por ela ter feito do barroco uma antologia contemporânea sob a chancela da espiral do Escada na Moraes.
Depois tonitruante, voz de carne. Até na 'Mátria' televisiva que tinha da eloquência e em igual dose todos os trejeitos e uma boa maquia das qualidades. Faz hoje 100 anos que nasceu, a miúda de Fajã de Baixo e boquilha à ilharga.
Fugidia afogueada das suas próprias certezas, nem deus ou diabo lhe hão-de voltar a pôr a vista em cima. Abençoada.

Raphael Bodalo Pinheiro (Lisboa, 21 março de 1846 — Lisboa, 23 janeiro de 1905)
Foi um artista português, de obra vasta dispersa por largas dezenas de livros e publicações, precursor do cartaz artístico em Portugal, desenhador, aguarelista, ilustrador, decorador, caricaturista político e social, jornalista, ceramista e professor.
O seu nome está intimamente ligado à caricatura portuguesa, à qual deu um grande impulso, imprimindo-lhe um estilo próprio que a levou a uma qualidade nunca antes atingida.
É o autor da representação popular do Zé Povinho, que se veio a tornar num símbolo do povo português. (wikipédiaI)
lustração de Raphael Bordallo Pinheiro
VIVA O REI... E AS SONDAGENS!

Voltou à mercearia de uma senhora romani e ela tem o Chega no coração. Tenho um amigo ´podre de rico`, com vasta herdade no Alentejo, e ele anda metido com o PC.
Os italianos eram mais lógicos, nos tempos do PCI e do PDC: escolhiam os partidos por tradição familiar. Por cá acontece, mas só no futebol.
A senhora romani da mercearia justifica o seu voto em Ventura, porque ´Portugal tem de ser só dos portugueses`. No caso do meu amigo ´podre de rico`, ele vota PC porque os governos de esquerda serenam a populaça e não fazem nada para chatear os ricos… como aconteceu com Costa.
Também tenho uma vizinha, com várias graduações e muitas viagens, a querer o regresso da monarquia sumptuosa com um rei bonzinho de bigode. E um João Franco ao leme para meter todos na ordem, como há cem anos. Viu-se o resultado, acrescento eu.
Enfim, com todas estas particularidades, deixem-me confessar: é extraordinário as sondagens raramente falharem nos resultados eleitorais em Portugal. JRR


Hipersónico é o meu dormitar
O meu ressonar só é mensurável pela escala de Richter, ao que dizem as amadas que em infelicidade tentaram adormecer ao meu lado nos últimos 45 anos. Aventuras de casa-de-banho de hotel, varandim de pensão, corredor de hospedaria, armário de quarto, taque-tuque-taque de comboio nocturno, garagem da casa do pai, cave da casa da mãe.
Sempre empurrado para estar acordado por perto na condição de ir dormirnoutro lado e longe. Aproveito a oportunidade para pedir perdão das noites perdidas. as delas às minhas e as minhas às delas. Que se já tentaram sonhar contra os pesadelos em acotovelado na banheira ou despertado a murro como a batata regressada do forno... Em homenagem à garina que embriagada de generosidade mex perguntava vai para trêsquartos de hora: 'e como é que alguém como tu ainda é solteiro?'. Pois, pois.


Lembro-me de aos 12 anos rabiscar em diário de chave e cadeado que a perfeição não é fazer tudo bem: é parar de fazer as mesmas asneira recebi 2025 no colo apensar que demorei meio século até garantir que tudo o que extraviei dormita no lugar certo. Agora só falta acordar o que adormeceu.
A ver se dá tempo, que no fim das contas o que nos une são as diferenças. Se não acreditasse nisso a esta hora já seria pó e cinza ou quase nada. A seco insisto em professar uma fé sem manda-chuvas.
E ainda por cá estrebucho, entre cruz e xis e sob o gizdo céu, pau-mandado da regra de ouro que reza:'não há mal que sempre dure nem bem que sempre se ature'.
"NÃO PAGAMOS"
O dono de vários grandes super-mercados, em entrevista, acusouca classe política de viver na babugem dos impostos.
Mas não disse que ele vive à conta de margens de distribuição e do esmagamento dos produtores nacionais. Para tal dono, a solução está na isenção total de IVA em bens essenciais. E pronto.
Nem revelou que os impostos da sua empresa são pagos no Países Baixos, por ser mais barato.
Também não aflorou o valor do seu ordenado superior em 280 vezes o salário mínimo
do seu empregado mais simples.
Esqueceu-se ainda que, nos dias de hoje, 75 por cento da nossa comida é distribuída por hipermercados, que assim asfixiaram o comércio local.
E também que os trabalhadores dos hipermercados estão a ser substituídos por máquinas de self-pagamento.
Devíamos era seguir Dario Fo na sua peça teatral e gritar bem alto:"Não Pagamos, Não Pagamos".
Só pagaremos impostos na Países Baixos e não compraremos comida em hipermercados. E seria possível?
Com 75 por cento da nossa alimentação na mão dos hipermertcados... Não.
José Ramos e Ramos




A pianista Maria João Pires e o barítono Matthias Goerne, dois extraordinários intérpretes da obra de Franz Schubert, interpretam Viagem de Inverno, um dos mais fascinantes ciclos de canções escritos pelo compositor austríaco.
Dedicado à figura romântica do viajante, que atravessa um inverno habitado pela dúvida e pelas memórias, este ciclo é um exemplo sublime da elegância dos Lieder de Schubert.
Maria João Pires toca na Torre de Marfim
Era de esperar. O anunciado concerto de Maria de João Pires esgotou-se rapidamente. Só não se compreende os preços elevadíssimos, de 28 a 70 euros.
A provável primeira resposta será: o concerto é para amantes e entendidos. E nós acrescentamos que a Fundação foi obra de um rico petroleiro, que poisou em Portugal por misteriosa causa.
A segunda resposta será talvez: estando o concerto esgotado, é porque não é caro. Pois! 28 euros para uma família?
Ao menos transmitam o concerto pelo YouTube. E deixam de se queixar que a malta está sempre de olhos nas mensagens e jogos do telemóvel.
Ou querem continuar a viver numa Torre de Marfim? jrr


Do avesso das coisas. Florença, 1980.
Lembro os primeiros sonhos. De como o pesadelo de cabeça para baixo sonhava comigo, de como eu em testa erguida assustava o medo.
De as coisas do mundo não existirem antes do reflexo, sussurre ou não nele o rumor das armas. De pino feito, à beira do Arno, havia núvem escura e céu estrelado de meio da tarde ao saber da corrente, ao traço da água.
E pensei que talvez fosse uma boa ideia fixar o que não parava de se mexer. O que só a água espelhada contava, como um prato de trippe ou um copo de verduzzo a tresandar a arroz acabado de cozer sorvido longe da terra da mãe. São sempre as pequenas coisas que fazem as grandes saudades.

Foram-se dois amigos
Escrever uma linha numa página branca, foi sempre o diabo para mim. Por isso tinha dois peixes vermelhos, que todos os dias me esperavam na sala. Então eu começava com o nome de um deles e depois zás! já me sentia a nadar.
Quando mudei de casa, continuei a limpar o aquário. Cinco vezes por ano, repetia e na repetição lembrava-me de ainda miúdo a entrevistar - para o jornal escolar Cntacto,- José Cardoso Pires e dele dizer ´estamos sempre a escrever o mesmo livro`. E eu achava graça peixes, à escritae aos escritores.
Há dois anos, o peixe vermelho morreu, de forma inesperada, como se fosse texto apagado; e depois nos conformamos pensando estar numa pen ou drive. Senti aquela morte como um virar de página.
Ficou o peixe laranja e decidi há dias comprar um aquário lindo, com filtro especial e o peixe laranja morreu. Sem mais! E para mais em vésperas da compra um barco. Morreu na companhia de um amiguinho, comprado há meses para lhe fazer companhia.
O peixe laranja nunca se recompôs do desaparecimento do seu amigo peixe vermelho. Já nem vinha sequer comer ao cimo, como ambos fizeram durante largos anos, com grande alegria. Eram felizes e acreditavam em mim.
Lamento, tanto. Eram meus companheiros. Eu sntava-mse frente ao aquário e contava a minha vida e eles entendiam. Foram-se, 'já não estão', como disse Saramago. O aquário ficou vazio. E os textos doem mais. jrr

Dos mortos do dia.
Não é que em data oficial de defunto eu espere que a chuva graúda dê a boiar as almas perdidas, como se chegadas tarde a um encontro prometido. Aos mortos confunde-me não saber se me tomavam por faltoso fosse a história contada do avesso, como é certinho que um destes dias será. A segunda à esquerda, acho eu. Ou a primeira à direita.
Lembro-me de haver uma rotunda mas não sei se era só para confundir. Ou se as voltas foram feitas para trocar o destino ou se assim devo chegar a outro lugar, diferente daquele do qual parti nesse começo apontado a nenhures. Que ir faz mais sentido que ter de voltar. 'És um parecido entre os desaparecidos', como uma miúda em tempos idos os teve no sítio para dizer da minha alegada condição.
Só gosto que chova, que me resvale na careca o aguaceiro, que bufem perdigotos de gelo enquanto conto os metros até chegar a casa. A de alguém, em me faltando uma que me chame pelo nome como se em teimosia o sítio só proclamasse os nevões.
De não esperar melhor paragem que o último bairro. E sabendo eu rir da matreirice pregada ao mais cabotino dos fados, não haver um pingo de sentido numa verdade desse tamanho. E que só no fim fique quieto, no lugar onde deveria ter ficado em pulgas.


A Milão do quarto de hora
Apercebi-me à minha quarentena de anos que, quando em viagem, em vez de ir voltava ao lugar. Que escolhia a nostalgia em vez do exotismo, os favores do regresso em vez da curiosidade. E tinha os meus achaques. Em Milão, por exemplo, vadiava em fidelidade pela igreja de Santa Maria delle Grazie. é onde está o fresco do Da Vinci, 'A Última Ceia'.
De passar por uma trindade de portas calafetadas, do marmanjo me dizer: 'respire, mas devagar'. De ciclicamente haver um novo restauro por conta do Leonardo se ter posto ao fresco e, julgava ele, se ter pirado a tempo.
E quando lá volto começo pela parede oposta, a 'Crocifissione' do Monfortano (1460-1502) a que ninguém liga
patavina. Lembra-me o marmanjo dos museus do Vaticano cujo trabalhinho era dizer 'ssshhh, ssshhh' dez vezes por minuto à malta que com perigo de torcicolo sem se calar se espantava com o tecto da Sistina.
E reclamava ele: "qual é a parte da palavra 'capela' que vocês não percebem?!". Aquilo a que a mais nova das minhas sobrinhas (Mendes Solnado de apelido, que lá por casa não brincamos em serviço) acenando a mão à frente da cara como um pára-brisas chama o 'momento daaahaaa'.



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Do fim do princípio do SNOB
Sem ofensa a Guimarães, o meu Portugal nasceu aqui. A luz afogueada sobre a relva, o esbracejar benfazejo da dona Maria, o esgar sabedor do sôr Albino. Dos hábitos iluminados nas prateleiras como vícios prometidos.
De, em mal cheio de tudo o que enche, o todo dar pelo nome de 'refill'. De nunca ter de armar ao fino para enfartar o bruto. Da música ambiente ser feita de notícias frescas, azedumes de afeição, azedas doces e gargalhares. De sermos da mesma matéria sob o lusco-fusco...
Está vendido. Há quem entre pares diga que o amanhã há-de ser parecido à noitada de ontem. Que a coisa parecida vai dar pelo mesmo nome. Não me entristece discordar. Só desejo que quem tanto nos agraciou descubra ou confirme os prazeres da vida depois do SNOB.
E que o lugar em mudando de mãos não mude em mais nada. Ou em mudando fique tal e qualmente. Que a ter de mendigar, pedincho a coisa inteira.
O Homem invísivel em versão Moderna


Rótulo em letra 8/8, e letra branca em fundo amarelo!

Vi o "Homem Invisível", escrito de H. G. Wells, ainda pequeno, na TV a preto e branco, e ...descubro agora uma certa semelhança com os rótulos de produtos à venda nos supermercados portugueses. Desculpem mas sinto mesmo.
O "Homem Invisível" voltou aos ecrans em 2020, cheio de um apavorante terror, escrito e dirigido por Leigh Whannell, depois de ter estreado na Universal Studios em 1933. Quase 100 anos depois. Mas o seu ´modus operandi`espalhou-se pelos hipers-mercados portugueses. Sim, é mesmo isso!
O"Homem invisível" rivalizava com a série "O Fugitivo". E parece-me ter sido um espécie de aviso global. que assentou como uma luva no nosso País: "deixem-se de ideias, seus ceguetas!".
E a malta deixoiu de se meter na política. As gentes ficavam cheias de medo da PIDE".´Mas é a mesma arrogância dos dias de hoje. Um género de vira-o-disco e toca-o-mesmo dos cenários políticos, moendo-se e remoendo-se.
Felizmente já não há PIDE, mas, por curiosidade, afinal já existem 19 entidades que podem, por exemplo, escutar os nossos telefonemas, desde Fisco a uma Esquadra da PSP de bairro. Basta o simples pressuposto falso de sermos alegadamente traficantes de droga ou coisa assim e pronto: telefone son escuta.
Para que servem as escutas
O juiz não tem possibilidade de verificar detalhes e mais não pode afzer do que confiar np requerente e zás!… lá está o tal programa ´Pegasus´ ou primo do mesmo.
E para que servem afinal essas escutas? Perguntem a Jorge Silva Carvalho! Receio que servem mais para chatear do que ganhar na barra dos tribunais. Falemos assim para semos finos.
Em boa verdade, nem queremos saber para que servem as escutas telefónicas aos outros. Estamos mais interessados no dia de amanhã, quando levamos os miúdos à escola ou nos engarrafamos em filas intermináveis.
Tudo por causa de um arquitectos alegadamente mancunenados com quem nos atira para um apartamento nos subúrbios porque os ricos e os politicos querem apropriar-se do centro das cidades. E depois dá crédito para pópós e lá andamos todos os fim-de-semana na "volta dos tristes"... em Lisboa e no Porto.
HIPERS têm 75% da comida
Digam-me, é justo uma cadeia de supermercados (que domina fornecimento da comida aos portugueses em 75 por cento) colocar nas usas prateleiras um produto miraculoso... com rótulos impossíveis de ler?
Está claro a macaquear os consumidores. Ou insiste ´remake' (rasca) do "O Homem Inviável pondo à prova a nossa paciência? Nos últimos 50 anos, a evolução das nossas cidades ficou nas mãos de arrivistas!
Isto não tem nada a ver com as razões (escondidas) Ventura. Que se lixe o homem que ese apoia em especuladores imobiliários e vendedores de armas..
É um simples lamento nozes quando se esvaem as nozes que a Europa nos dá. Pelo menos metam letras grandes nos rótulos dos produtos de super-mercado? Já ficávamos mais confortados.
josé ramos e ramos

O tema continua em cima da mesa e eu confesso que gostei da entrevista de José Rodrigues dos Santos ao secretário geral do PCP, Paulo Raimundo.Mas Raimundo não gostou, porque lhe correu mal!
José Rodrigo dos Santos é um extraordinario jornalista e também escritor Em TV muitos políticos gostam de perguntas apontadas às suas ladainhas. Mariana Mortágua crispou-se. O experiente José recuou. Deu-lhe espaço. E qual foi o resultado? Mortágua afogou-se em chavões, por falta de uma pergunta provocatória.
Em tempos idos, Álvaro Cunhal ansiava por perguntas 'afiadas' para crescer nas respostas. Depois regressava a sua bonomia gentil com os jornalistas, enxotando os desconfiados funcionários do PCP. O tempo é escasso em TV. O formato é diferente da rádio, jornais ou revista. Como, por exemplo. o formato do Teatro, não e o da Novela.—

A pergunta da Ucrânia era central para sabermos as linhas que cozem o actual PCP. Raimundo podia aproveitar para responder em todas as vertentes.
Mas foi muito diferente de Cunhal, um homem culto. arguto, com excelente nota em Direito, artista notável e escritor de vários romances. Depois de Cunhal o PCP teve um "achim" e a seguir operários como se um partido fosse uma fábrica e uma fábrica pudesse ser dirigida por partidos.
O director de Informação da RTP António José Teixeira veio dizer um 'talvez'. O Sindicato dos Jornalistas fez um pouco melhor. Em rigor, a pergunta do José foi acertiva e a insistência ainda melhor. E levou inclusive a uma questão perturbadora:
Qual é a relação de Puti-um não comunista, com o PCP? Frequentaram o mesmo restaurante? Foram companheiros de carteira? Ou são clientes no mesmo banco? José Ramos e Ramos
E DEPOIS VEIO A PRIMAVERA

A aconchegante biblioteca do Conde Castro Guimarães, Cascais, onde o Fernando Pessoa tratou de arranjar ofício (desgraçadamente negado, ao que contava o Gaspar Simões). ao tempo em que o vício e outros hábitos já o não deixavam fazer do sonho um calendário e a primeira morte atropelou de rompante e em cirrose hepática a segunda vida. Muitas manhãs de inverno lá fui em vez dele, sentado à lareira ao fundo vai para 50 anos.
Fiz-me sócio mas o lugar era tão acolhedor que tomei por jura ser associado de um só livro. E assim li umas 4 vezes de seguida a História da Filosofia Ocidental, do Bertrand Russell, num único volume perigosamente do meu mesmíssimo e físico tamanho. E depois veio a primavera e os troncos de madeira cuidaram de migrar.

A seguir só lá. passava para descansar os costados nos cadeirões e as costelas que tenho ainda agradecem esses tempos. Fiz tudo menos tirar fotografias dos momentos: que ele há limites para o que é maior do que nós e bem dispensa a nossa fuça de aconchego, como se só a nossa fronha em pose soubesse corrigir a perfeição. Sorry lá, que é inglês p'ra 'desculpa lá'.

O dono do Correio da Manhã



FALTA DE FOLHA
Bem podes atar as folhas aos ramos que o Outono chega na mesma.
Nunca fui de levar a sério a inevitabilidade. Sou mais de matutar no que pode ser evitado.
Que, como o farmacêutico, não gosto de chatices sem remédio.
Ou como dizia um velho amigo ao fim de três balões de medronho, no seu estilo de sabedoria primordial: 'o que nos mata deixa de nos moer'. Pois...


PELA METADE
Não trago para dentro de casa coisa alguma encontrada na rua, fora a chuva. Hoje pela matina dei de caras com o Super-Homem a ser soqueado pelos pneus dos passantes.
Achei graça à ausência no super da parte do homem, como se em tendo os pés tão assentes na terra ele só voasse da cintura para cima.
Algures num trilho de asfalto a metade em falta saltita ainda sob os chassis. Que quem dê por ela saiba agora quem guarda a outra parte.
José Alves Mendes

em poucas palavras, os jornais portugueses estão a um passo de fechar portas. Mas estamos todos a assobiar.
O jornal mais popular vende 38 mil exemplares, o de refência 8 mil. Há muitos anos fiz um jornal de liceu com tiragem de 5 mil exemplares vendidos em 3 números consecutivos.
Vitor Direito desabafou em 1995: perdemos todos os dias um leitor.
E porquê? Porque enchemos os jornais e as TVs com politicos-comentadores-sarrafados e empurramos jovens repórteres (a 800 euros) para surfar o Facebook.
Falta um ano para o apocalipse.
Jornais a caminho do fim

creditos imagem do portal da sobrriedade Brazil


em poucas palavras, a vingança liderada por Netanyahu na Faixa de Gaza envergonha o Estado de Israel.
Não respeita crianças, mulheres e idosos.
E persegue e mata selectivamente jornalistas, médicos, enfermeiros e funcionários das Nações Unidas.
Os governantes de Israel envergonham a memória dos 6 milhões de judeus exterminados durante a 2ª Grande Guerra.
Israel bombardeia, há 19 meses, uma faixa de terreno com uma extensão de Lisboa a Setubal (50km) e uma largura de 10 km.
Hospitias e campos de refugiádos foram arrasados. Cemitérios lavrados. E o mundo fica calado com medo da Mossad.
A Mossad tem ética, Netanyahu não.

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O KITTY
Grande em tanta coisa, pequeno em coisa alguma.
Fica assim de epitáfio aos outros ainda por defuntar, de tão farto ando que a morte me não deixe tempo para escrever sobre os vivos.
.
José Alves Mendes
foto: Kitty, o gato. livraria Shakespeare and Company. paris, 2012


em poucas palavras,
Portugal assobia perante o horror da invasão de Gaza. Ao contrário de Espanha ou da Irlanda.
Agora é a vez da Itália se ôpor à invasão, pela voz de Antonio Tajanidos, ministro italiano dos Negócios Estrangeiros da mais à Direita Giorgia Meloni.
18 mil crianças morreram num total de 50 mil palestinianos, segundo a ONU. Em 19 meses de invasão de um território do tamanho da peninsula de Setúbal.
E os terroristas do Hamas? Mortos ou capturados?
Não se viu um!



'É pura poesia!', dizia em almoço de peito de pato um voluntarioso
amigo que se tinha na conta da vida ao clamar-se fazedor de versos.
E como tratei de lhe explicar: 'não se mastiga, que este pato vem cheio
de nervos. Não é bem pato, é psicopato'. Ou como uma antiga namorada
decidiu imprimir-me de etiqueta: 'só os teus reversos rimam'. Tinha
muita piada essa garina.

em poucas palavras, 2 pessoas avaliavam o exterminio de 6 milhões de mortos de Judeus no Holocausto na 2ª Grandse Guerra, comparando agora com Gaza.
Diziam ser insignificante o numero de 52 mil mortos palestinianos na invasão de Gaza por Israel. Em dois anos de bombardeamentos diários. 18 mil são crianças.
Entâo... perguntei: Algum dos senhores tem família entre as vitimas, em Gaza? Não. E na Alemanha? Tinhamos. Hum! Fiquei a perceber

Quanto vale um morto?

Não é que em data oficial de defunto eu espere que a chuva graúda dê a boiar as almas perdidas, como se chegadas tarde a um encontro prometido. Aos mortos confunde-me não saber se me tomavam por faltoso fosse a história contada do avesso, como é certinho que um destes dias será. A segunda à esquerda, acho eu. Ou a primeira à direita.
Lembro-me de haver uma rotunda mas não sei se era só para confundir. Ou se as voltas foram feitas para trocar o destino ou se assim devo chegar a outro lugar, diferente daquele do qual parti nesse começo apontado a nenhures. Que ir faz mais sentido que ter de voltar. 'És um parecido entre os desaparecidos', como uma miúda em tempos idos os teve no sítio para dizer da minha alegada condição.
Dos mortos do dia.
Só gosto que chova, que me resvale na careca o aguaceiro, que bufem perdigotos de gelo enquanto conto os metros até chegar a casa.
A de alguém, em me faltando uma que me chame pelo nome como se em teimosia o sítio só proclamasse os nevões.
De não esperar melhor paragem que o último bairro. E sabendo eu rir da matreirice pregada ao mais cabotino dos fados, não haver um pingo de sentido numa verdade desse tamanho. E que só no fim fique quieto, no lugar onde deveria ter ficado em pulgas.


A cada um a sua Jerusalém. a minha fica em Alfama, berço de jardim suspenso. Em tanta vez me ter alongado a contar os degraus ou caído de borco no empedrado como um distraído de Deus, para lá da portinhola esverdeada ao fundo com guita de puxar.
E de não saber se por tropeção ali vi a luz original mesmo que nascido noutro lado. Como se o que importa contasse e o que é contado nem fosse importante.
Que vindos ao mundo em gritos, nascemos no lugar onde em primeiro desatamos a rir.


A um amigo que se foi e de quem nunca soube o nome. 'Trata-me pela alcunha. Até eu me trato pela alcunha', dizia ele.
E insistia emensinar que quando em defunto não se morre por inteiro, quanto mais não seja em protesto por na tampa da caixa nunca aparecerem os dois ladrões.
Estava na vida mas não era suposto sair dela.
Prometeu estrebuchar até que o caixão lhe cobrisse a cova. Garantiu não defuntar apesar da ceguinha ciumeira de Deus. Jurou brilhar na rábulados dois ladrões a ladear o Cristo perdido, a ver a banda passar cantando coisas de horror.
A morte, que só devia ser permitida às gentes cansadas que insistem em brincar às escondidas uma última vez, não vale o papel em que foi carimbada.
Mesmo que Dismas e Gestas, incapazes de caminhar sobre as águas, tenham achado que chapinhar chegava e sobrava, réus dess'outro reino de figurantes de Gólgota onde os ouvidos há muito são cegos.
O meu amigo viveu como uma alcunha em pó. Gosto de pensar que há um grãozinho dele a cada brisa. Ele ia gostar que eu gostasse de outra coisa qualquer menos disso.
José Alves Mendes
Matar à fome
e à bomba

em poucas palavras, o Hamas faz muito jeito a Netanyahu; quem o diz é Paulo Portas. Enquanto Netan esmaga cruelmente a população de Gaza, afasta os seus problemas com a Justiça.
À sua perspicaz, Portas não somou a falta de memória dos israelitas.
Há 80 anos, o nacional-socialista Hitler matou de forma brutal 6 milhões de Judeus na Europa.
Agora matam à sede, fome e bomba milhares de homens, mulheres e crianças, em Gaza, na Palestina.
As palavras santas de Agostinho da Silva

em poucas palavras, vale reviver Agostinho da Silva, apontando o dever do Mundo assentar em três pilares: Sustento, Saber e Saúde. Em tempo de guerras.... santas!
Sustento é coisa para ricos, empanturrados com a massa sacada do pratos dos pobres.
Saber é a arma de poderosos em birras que assassinam centenas de milhar de jovens, velhos, mulheres e crianças. Um horror a cada dia.
Saúde, basta ir à farmácia, onde o Povo só avia metade da receita.
Porque razão os Agostinhos nunca serão Presidentes?




PUTIM É SÁBIO E BONDOSO ?
Trump, Putin, Israel, Ucrânia e sobretudo Gaza são temas banalizados e infelizmente perigosos para qualquer cidadão de qualquer país falar, desde logo por razões de segurança pessoal.
Mas aconteceu um golpe de magia nunca visto. O senhor Putin apareceu agora, pasme-se! como um homem bondoso e sábio.
Ele explicou a Trump a história da Gronelândia. E também ficou triste por Trump não aceitar a sua proposta de tropas das Nações Unidas na paz em breve na Ucrânia. Nem mais!
Se John Le Carré fosse vivo mudaria o nome de Agente Smiley para Agente Putin, logo em "A Chamada para a Morte". E faria também uma reviravolta total no enredo do belíssimo livro"A Gente de Smiley".
Alexandra Gilkman voltava feliz para a Rússia, abraçando o pai às gargalhadas. E o general Oleg Kirov metia-se a cuscar pessoas para permitir a entrada de espiões na Rússia, sob cobertura de biografias falsas. Tudo ao contrário do que lemos durante anos.
Se os EUA querem a Gronelândia e o Canadá, porque razão os russos não podem ter de volta a Crimeia, que foi russa por centenas de anos?
Mais, porque razão se pode condenar a Rússia ao bombardear ´dia-sim-dia-não` a gigantesca Ucrânia com drones-bombas, se os israelitas (com o apoio claro americano) bombardeiam 'dia-sim-dia-sim' Gaza, uma faixa de um terço do tamanho do Algarve?
Já nem falamos da Rússia ter morto num dia dez ucranianos, enquanto no mesmo dia (quebrando unilateralmente tréguas) um só ataque israelita matou 400 palestinianos. Claro que tanto faria um como mil, mas não faz!
Estamos a viver tempos de barbaridades sem limites.
E uma parte dos livros escritos com dedicação por John Le Carré tornou-se uma enorme incongruência. Não é possível rescrever a História, mas a História pode rescrever os livros que já lemos.
josé ramos e ramos
As palavras santas de Agostinho da Silva

em poucas palavras, vale reviver Agostinho da Silva, apontando o dever do Mundo assentar em três pilares: Sustento, Saber e Saúde. Em tempo de guerras.... santas!
Sustento é coisa para ricos, empanturrados com a massa sacada do pratos dos pobres.
Saber é a arma de poderosos em birras que assassinam centenas de milhar de jovens, velhos, mulheres e crianças. Um horror a cada dia.
Saúde, basta ir à farmácia, onde o Povo só avia metade da receita.
Porque razão os Agostinhos nunca serão Presidentes?
A guerra é uma estratégia cruel

em poucas palavras, os Estados Unidos da América estão numa nova aventura, com Trump a "twitar" "os EUA dominam os céus do Irão".
Os americanos saíram humilhados do Vietname em 30 de Abril de 1975. E do Afeganistão a 30 de Agosto de 2021.
Muito milhares de norte-americanos morreram em 20 anos de cada uma das guerras: no Vietname e no Afeganistão.
E não falemos da Invasão do Iraque.
Feitas as contas, usar a guerra para dinamizar a economia é uma estratégia cruel.
"O Americano Tranquilo "

em poucas palavras, os americanos preparam-se para mergulhar na Guerra Israel-Irão, comandados por um presidente descontrolado.
Trump governa por "twites", ameaça prender governadores de Estados, algema senadores, vai às escolas para expulsar crianças e, pior, insiste em vangloriar-se da sua imprevisibilidade.
Andámos enganados com o título maroto de "O Americano Tranquilo" de Graham Greene.
O jovem Pyle não vai bem e não tínhamos percebido e Trump está ao nível dele.
"O Americano Tranquilo "

em poucas palavras, os americanos preparam-se para mergulhar na Guerra Israel-Irão, comandados por um presidente descontrolado.
Trump governa por "twites", ameaça prender governadores de Estados, algema senadores, vai às escolas para expulsar crianças e, pior, insiste em vangloriar-se da sua imprevisibilidade.
Andámos enganados com o título maroto de "O Americano Tranquilo" de Graham Greene.
O jovem Pyle não vai bem e não tínhamos percebido e Trump está ao nível dele.