2ª Actualização da Edição de 15 a 21 de Setembro

Portugal reconhece Estado da Palestina

O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirma que Portugal vai reconhecer o Estado da Palestina.

O reconhecimento "acontecerá no domingo, 21 de Setembro", o que significa que "a Declaração Oficial de Reconhecimento terá lugar ainda antes da Conferência de Alto Nível sobre a Palestina na próxima semana".

França anunciou que 10 países, entre os quais Portugal e França, reconheceriam o Estado da Palestinia na segunda-feira, numa conferência à margem da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.

França será acompanhada de Andorra, Austrália, Bélgica, Canadá, Luxemburgo, Malta, Reino Unido e São Marino", afirmou o Governo Francês.

1ª Actualização da Edição de 15 a 21 de Setembro

Europa une-se contra invasão de Gaza

A Bélgica reconheceu formalmente o Estado da Palestina, quando cresce na Europa a oposição à invasão e aos horrores de Gaza. Portugal adia como sempre a sua decisão, seja qual for o tema (a não ser Timor).   

Soma-se a Flotilha que navega na direção do mar de Gaza e espera-se o pior. Os navios poderão ser afundados e os ocupantes morrerão de forma trágica.

A Europa mergulhará na pior crise política desde a Segunda Guerra Mundial, uma vez que Espanha já garantiu  proteção à Flotilha. Abordo de um dos barcos estão espanhóis. Persiste a  interrogação: os israelitas vão copiar os serviços secretos  franceses que há 40 anos afundaram o maior navio dos ambientalistas da Greenpeace? 

Ursula von der Leyen e António Costa farão nada farão... para desgraça de milhões de pessoas e vergonha da Europa! jrr

Edição de 15 a 21 de Setembro sujeita a actualizações diárias

Elas morreram de pé

A estreia do notável filme sobre Natália Correia, intitulado pela realizadora Rosa Coutinho Cabral de "A Mulher que Morreu de Pé", revitaliza a frase que a actriz Palmira Bastos imprimiu no nosso imaginário, "As Árvores Morrem de Pé", a partir da peça de Alejandro Casona, que ela interpretou magistralmente.

Ambas, Natália Correia e Palmira Bastos morreram, porque viveram, de pé, afirmando-se (como muitas outras mulheres no seu século) seres de excepcional envergadura humana. Curiosamente passam agora 150 anos sobre o nascimento da grande actriz que, nos últimos de vida era, no mundo de então, a intérprete mais velha a subir ao palco.

Palmira Bastos, que representou durante 75 anos, estreou-se com 15 anos no teatro da Rua dos Condes, na opereta "Reino das Mulheres", rapidamente se impondo ao lado de Augusto Rosa, Eduardo Brasão, Lucinda Simões, Chaby Pinheiro e Ângela Pinto.

Cedo ganhou a carinhosa designação de Grande Palmira, "quando está na ópera-cómica faz falta ao drama, quando está no drama falta à ópera-cómica", dizia-se a seu respeito. "A Grã-Duquesa", "A Severa", "A Conspiradora", "Uma Mulher Extraordinária", "Leonor Teles", "Ciclone" foram alguns dos seus grandes êxitos, entre dramas, comédias, operetas e revistas.

Detentora de um enorme talento, de rara versatilidade, de exigente profissionalismo, o seu amor ao teatro não tinha limites. Talvez por isso, seduziu todas as gerações e classes sociais de então.

No Brasil teve enormes apoteoses fazendo dezenas de tournée aquele país desde 1900. "A minha mãe era muito admirada, chegavam a tirar os cavalos do break que ela utilizava para o puxarem à mão entre 

o teatro e o hotel", disse-nos a filha Amélia Bastos Moreira da Cruz:  "Voltou lá em 1960, sendo longamente homenageada com recepções e descerramentos de placas".

Palmira Bastos recebeu inúmeros prémios e condecorações, caso das ordens de Santiago e de Cristo, da medalha de ouro da cidade de Lisboa, do Cruzeiro do Sul e de Cidadã Carioca.

"Representámos pela primeira vez em 1922", destacaria por sua vez Amélia Rey Colaço, "tivemos uma camaradagem, uma admiração de mais de 40 anos. Ela foi tudo, a grande intérprete, a grande amiga que me acompanhou em horas más, sempre muito solidária, e em horas gloriosas, magníficas".

A artista recusava invariavelmente os convites do realizador Leitão de Barros para fazer cinema, afirmando que "passada pela máquina não dava nada". Dela ficou-nos apenas o filme mudo "O Destino", e a gravação de "As Árvores Morrem de Pé", feita pela RTP em 1965.

Numa entrevista, a actriz confessava: "Represento esquecendo-me de mim própria e da minha idade, destes anos todos de desilusões, de desgostos. Os momentos mais felizes da minha vida foram aqueles em que ouvi as primeiras palmas e em que fui mãe."

A 15 de Dezembro de 1966 apareceu pela última vez na festa de despedida do actor Raul de Carvalho com a reposição de "Ciclone". Pouco depois sofreu um AVC. Na clinica onde passou os derradeiros três meses, insistia que "haveria de voltar ao teatro, nem que fosse numa cadeira de rodas, pois desejava morrer de pé como as árvores".  Morreu.

Secreta afunda barco 

Já foi afundado um barco e há uma grande expectativa sobre a Flotinha a Caminho de Gaza, sobretudo quando os barcos se aproximarem das águas da Faixa de Gaza. É importante, por isso, recordar o afundamento do navio Rainbow Warrior ( navio-almirante do Greenpeace) em 1985 por agentes dos serviços secretos franceses. Foi há 40 anos e a acção terrorista teve a cancela do governo francês. Os israelitas farão o mesmo?

Em 10 de julho de 1985, o navio estava atracado em Auckland, na Nova Zelândia, preparando-se para liderar uma flotilha de protesto contra os testes nucleares da França no atol de Mururoa, no Oceano Pacífico. Dois agentes franceses colocaram bombas no casco do navio.

Português morre no ataque ao barco

As explosões afundaram o navio e mataram tragicamente o fotógrafo e ativista luso-neerlandês, Fernando Pereira. Ele estava a bordo, a tentar salvar o seu equipamento fotográfico após a primeira explosão.

O ataque foi um ato de terrorismo de Estado que provocou um enorme escândalo internacional. A Nova Zelândia prendeu dois agentes franceses, e a França acabou por admitir o seu envolvimento. A crise diplomática que se seguiu resultou na demissão do Ministro da Defesa francês.

Warrior pôs em causa armamento nuclear

O afundamento do Rainbow Warrior tornou-se um marco na história do ativismo ambiental. O caso atraiu uma enorme atenção pública para a causa do desarmamento nuclear e reforçou o papel do Greenpeace como uma organização global.

O nome "Rainbow Warrior" foi continuado por outros navios do Greenpeace, mantendo vivo o legado da embarcação original. Os destroços do navio original foram mais tarde afundados e agora servem como um recife artificial e um local de mergulho na Matauri Bay, na Nova Zelândia, como um memorial ao evento.

Um erro colossal chamado Mortágua

Mortágua está a mais na Flotilha de Gaza. A sua presença inquina uma iniciativa que deveria ser abrangente. 

A Flotilha está agora conotada de forma irremediável com a extrema-esquerda, quando na Europa já existe um grande consenso sobre a urgência em parar o cruel genocídio do povo Palestino, levado a cabo por Israel.

Os destinos do Ocidente estão nas mãos da Direita, por vontade dos povos. E encostar a Flotilha à extrema-esquerda é um erro fatal para a solução dos 2 Estados, para o fim imediato da invasão militar de Gaza e para a regressão dos colonatos na Cisjordânia.

Salta do barco Mortágua! 

jrr

15 jornalistas 

Uma Redação Flutuante a caminho de Gaza

Um redação com 15 jornalistas seniores vai funcionar nos próximos dias num dos barcos que se dirigem para Gaza, na flotilha humanitária.

È uma iniciativa do Witness for Gaza, da associação Palestine Witness, fundada pelo ex-jornalista espanhol Khalil Sayyad Hilario. A Federação Europeia de Jornalistas acompanhará a redação flutuante e abriu as candidaturas, que têm o apoio também do Sindicato do Jornalistas portugueses

Khalil Sayyad Hilario é atualmente consultor em gestão de riscos de segurança para várias agências humanitárias, trabalhou extensivamente com os Médicos Sem Fronteiras (MSF) e tem desenvolvido um contacto próximo com o Sindicato de Jornalistas Palestinianos (PJS). Informações adicionais sobre este projecto podem ser obtidas através dos emails partnerships@palestinewitness.org ou press@palestinewitness.org

O abate do jornalismo

Tornou-se moda nos últimos tempos anatemizar, insultar, culpabilizar o jornalismo, ou seja, os que o exercem, os jornalistas, pelos males abatidos sobre nós, repetindo-se uma vez mais o propósito de matar o mensageiro pelas más notícias que ele divulga.

A ilusão de que não se conhecendo as desgraças elas deixam de existir fez - sobretudo na política, na economia, na justiça, na comunicação social, etc. - caminho largo. Consequentemente, os jornalistas passaram a "jornaleiros", as notícias a "lixo", os comentadores a "comentadeiros" os periódicos a "pasquins"; e assim por diante. Adiante.

Em muitos casos, demasiados por certo, isso é, com efeito verdadeiro, mas é-o como consequência, não causa da situação criada, fruto de estratégias ardilosamente concebidas nesse sentido.

Por os interesses dos dominadores quase nunca corresponderem aos dos dominados, surgiu a decisão de os poderes controlarem o que se torna público. As ditaduras resolvem-no através de censuras directas, as democracias de manipulações indirectas; as primeiras utilizando repressores, as segundas sedutores.

Assim tem sido – e continua a ser. Ao desaparecimento, com o 25 de Abril, da Censura oficial surgiu (multiplicada pela sua privatização) a censura, sem esse nome, de partidos políticos, de instituições, de administrações, de autarquias, de todo bicho careta com poder, manha e desvergonha.

A seguir à Revolução entregou-se um jornal a cada partido 

(às vezes mais do que um), encheram-se as redacções de comissários políticos , proletarizaram-se os jornalistasretirando-lhes independência e intervenção (o PS de Sócrates, esse, acabou-lhes com a assistência médica própria), trocaram hierarquias por ideologias, criaram cursos de comunicação (de formatação do correcto), ou seja, perverteu-se a liberdade de criação, de expressão, de isenção, de intervenção.

Para melhor confundir, impôs-se o rótulo de comunicação social à informação, que ninguém sabe exactamente o que é: serão os comboios, os telefones, as auto-estradas? sabe-se, sim, que se assemelha a guarda-chuva (ou guarda-sol) para tapar safadezas da manipulação, da mentira, e inviabilizar a informação credível, confirmada, pluralista, democrática.

Cereja no bolo: a culpa passou, depois, a ser das vítimas, os jornalistas, não os travestis, os sabotadores do jornalismo, da liberdade que os mensageiros dele (jornalismo) necessitam para o cumprir, cumprindo-se.

"Tão censurante é impedir de dizer como obrigar a dizer", repetia Natália Correia - e dela nós aqui repetimos.  

Modelo Sofia Aparício  embarcada na Flotilha

Sofia Aparício é atriz e modelo, conhecida pelo seu trabalho na televisão e no teatro. Nascida em 1976 em Lisboa, ela ganhou destaque em várias produções televisivas e de cinema ao longo de sua carreira. Sofia começou sua carreira artística ainda jovem. Além de sua carreira como atriz, Sofia tem se envolvido em diferentes projetos e campanhas, agora na Flotilha por Gaza