BOTEQUIM

foto de Marioa do CéuGuerra e os actores de A Barraca, no Palácio de Belém, na homenagem do Presidente da Repúlica Marcelo Rebelo de Sousa

HOJE 10 de Julho

A Europa ameaçada de novo pela intolerância e violência

Recordemos o que escreveu Fernando Dacosta a propósito da agressão do grupo nazi ao actor Adérito Costa, à entrada  do Teatro A Barraca. 

A peça hoje levada à cena em A Barraca, sublinha os perigos escondidos para a Europa livre e humanista.. E recorda as más memórias adormecidas que ameaçam, de novo, os europeus e o mundo por turbas totalitárias, intolerantes e violentas.

A Cultura a arder

A depreciação da cultura, isto é, do pensamento, das diferenças, da liberdade, da memória passou, entre nós, da retórica para a acção, do silêncio para o berro, do apagamento para a violência, simbolicamente ostentada no 10 de Junho, o último, num gesto de indivíduos radicalizados contra actores isolados que iam representar uma peça sobre Camões no teatro A Barraca, em Lisboa, atirando o intérprete do autor dos Lusíadas, Adérito Lopes, para o hospital. 

Maria do Céu Guerra, uma das nossas maiores actrizes actuais, directora e encenadora do espectáculo (belíssimo!) intitulado "O amor é um fogo que arde sem se ver", classificou os atacantes de neonazis, após o que suspendeu a representação em causa.

A depreciação, à direita e à esquerda, da cultura, do pensamento, da diferença, da liberdade, da memória, crescente entre nós nos últimos tempos, sobretudo em áreas como o teatro e a literatura, fragilizou-as, expondo-as à javardice de hordas envergonhantes do ser português.

Golpear Camões através do seu intérprete (mesmo desconhecendo-o quem o fez) é um sinal alertador da atmosfera que se adensa ante a condescendência colaborante instalada na política, na intelectualidade, na justiça, na democracia.

A cultura começa no comer decente, no habitar seguro, no vestir confortável, no pensar livre, dizia Agostinho da Silva, para ódio dos primatas que polulam entre nós.

Fernando Dacosta

Grupo nazi agride actor Adérito Lopes

António Adérito Borges Lopes nasceu Lisboa, 14 de fevereiro de 1980, é ator, doutorado em Comunicação, Cultura e Artes (especialidade em Teatro), pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve (2014-2018).

Tem pós-doutorado em Teatro – Ensino Artístico, desenvolvido na Escola Superior de Teatro e Cinema – Instituto Politécnico de Lisboa (2022-2023), mestre em Teatro, Artes Performativas, Interpretação pela ESTC - Escola Superior de Teatro e Cinema - Instituto Politécnico de Lisboa (antigo Conservatório Nacional de Teatro) (2011-2013).

Concerto na Quinta da Regaleira, Sintra

SINTRA Quinta da Regaleira
19 JUL | 22H

Luís de Freitas Branco A formosura desta fresca serra
Frederico de Freitas A formosura desta fresca serra
Luís de Freitas Branco Cá nesta Babilónia
José Vianna da Motta Verdes são as hortas
Angelo Frondoni Luís de Camões
João Arroio Amor, com a esperança já perdida; Sete anos de pastor Jacob servia
Berta Alves de Sousa Sete anos de pastor
Joly Braga Santos 3 sonetos: O céu, a terra, o vento sossegado, Num bosque de ninfas se habitava, Delgadas, claras águas do Mondego
Jorge Croner de Vasconcellos Três redondilhas: Descalça vai para fonte, Pus meus olhos numa funda, Na fonte está Leonor
Fernando Lopes-Graça Oh, quanto se me alonga; Alegres campos; Aquela triste e leda madrugada; Alma minha gentil que te partiste;

Soprano Sara Braga Simões
Barítono André Baleiro
Piano João Paulo Santos

O Palácio da Regaleira é o edifício principal e o nome mais comum da Quinta da Regaleira, também designado Palácio do Monteiro dos Milhões, pela alcunha do proprietário António Augusto de Carvalho Monteiro que, tendo sido distinguido pelo rei Dom Carlos I em 16 de agosto de 1904 como barão de Almeida, foi quem encomendou a construção do palácio na configuração atual.[1]

O palácio está situado na encosta da serra e a escassa distância do Centro Histórico de Sintra, estando classificado como Imóvel de Interesse Público desde 2002.[2] O mesmo forma parte integral da paisagem cultural de Sintra, classificada como Património Mundial da UNESCO em 1995.[3]

António Augusto, pelo traço do arquitecto italiano Luigi Manini, dá à quinta de 4 hectares, o palácio, rodeado de luxuriantes jardins, lagos, grutas e construções enigmáticas, lugares estes que ocultam significados alquímicos, como os evocados pela Maçonaria, Templários e Rosa-cruz. Modela o espaço em traçados mistos, que evocam a arquitectura românica, gótica, renascentista e manuelina[4]

"Coisa Velha"

de Guerra Junqueiro é afinal quadro de Bosch

Com o desaparecimento da filha do poeta Guerra Junqueiro em1974, foi instituída a Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro e Luís Pinto de Mesquita Carvalho, dando-se início ao inventário (e estudo) das suas obras de arte, espalhadas pelas casas do Porto e Lisboa.

Descobre-se, então, uma pintura em muito mau estado de conservação, com superfícies enegrecidas e camadas de vernizes muito estalados. 

Trata se de uma "Visão de Tondale", onde um anjo alado mostra o inferno a um jovem nu com as mãos juntas a rezar sobre paisagens tenebrosas, pontuadas por singulares jogos de escuros e amarelos.

Restaurado durante 20 anos

O trabalho do seu restauro inicia-se em 1979 tendo demorado 20 anos, sob a responsabilidade de Maria Fernanda Viana, que conclui estar perante uma obra atribuível a Jerónimo Bosch.

Estudos posteriores de Roger Van Schoute, Monique Van Schoute- Verboomen e Marie-Leopoldine Lievens-de-Waegh, especialistas flamengos, reforçam a conclusão da técnica portuguesa.

A camada pictórica, analisada no Instituto Real do Património Artístico de Bruxelas, comprova serem os materiais utilizados da época de Bosch e que o seu suporte, em carvalho, data do século XV.

Escritório de Junqueiro reconstruído

A instituição, que herda vastos espólios artísticos e literários praticamente desconhecidos, é apoiada pelos rendimentos provenientes da Quinta da Batoca, em Barca d`Alva. 

Insuficientes, porém, recebe suportes da Câmara Municipal do Porto que lhe cede o Palácio Freire de Andrade onde se instala a sede.

No Escritório do Poeta, fielmente reconstituído, contemplam-se a secretária, fotografias de família e de grandes vultos das letras, bem como um retrato a óleo de António Carneiro, onde Junqueiro surge sorridente e observador.

No andar nobre, acessível por imponente escadaria em granito, destacam-se a Sala da Faiança Portuguesa, um ponto alto do museu, e a Sala da Pintura Antiga, constituída por obras das escolas catalã, italiana, flamenga e holandesa dos séculos XVI e XVII.

Pintura adquirida em Espanha

É nela que se encontra a "Visão de Tondale", adquirida em finais de 1800 pelo autor de "Os Simples" em Espanha. Após o seu desaparecimento ficou guardada num apartamento em Lisboa.

O poeta vendera em 1911, por uma quantia simbólica, um conjunto de 39 óleos, aguarelas e desenhos ao Museu de Arte Antiga. Nesse conjunto existem quadros da escola portuguesa, italiana, flamenga, francesa, catalã e holandesa dos séculos.

Anteriormente, em 1908, haviam si transaccionadas duas tábuas de El Greco denominadas "O Apóstolo Santo André" e "Cristo no Jardim das Oliveiras", hoje expostas no Museu de Belas Artes de Budapeste. 

Guerra Junqueiro tentara vender, anote-se, essas obras ao Museu Portuense, mas a edilidade respondera que "já tinha muitas coisas velhas" - assim se tem tratado o património entre nós.

António Brás

Era uma vez os Templários

e agora os judeus!

em poucas palavras, o desparecimento da Ordem dos Templários pode estar relacionada com uma inesperada 'descoberta' dos seus cavaleiros: 

o conjunto de livros da Bíblia (do Deus justiceiro judaico) difere em absoluto do Deus (misericordioso) apostolado pelo judeu Jesus Cristo, da seita dos Essénios.

Por causa dessa alarmante 'heresia', os reis europeus ocidentais saquearam a riqueza dos Templários 

e o Papa e os Judeus agiotas (que tinham absorvido as restantes 11 tribos de Israel, depois de tomarem o reino do mesmo nome a norte) aquietaram-se e continuaram a engordar.

Os judeus mudaram-se depois de Veneza para Lisboa para aumentar a capacidade de comércio com o Oriente. Enquanto continuavam a celebrar a Arca da Aliança com o seu Deus, que os salvará (só a eles) no final dos tempos (está na sua Bíblia).

Em nome da riqueza e também desse Deus já  massacraram dezenas de milhares de palestinos e não param de arrasar e usurpar as Terras de Canan. 

Esqueceram a brutalidade do Alemães há 80 anos.

E por querem esquecer, só muito dificilmente Primo Levi conseguiu editar "Isto é um Homem". E tempos depois, profundamente deprimido, suicidou-se.


Podemos acreditar na Justiça portuguesa?

A pergunta é legitima e aflitiva, o texto abaixo foi extraído de uma sentença, onde José Rodrigo dos Santos testemunhou durante uma hora (apenas estas 11 linhas, termina em "que indicou" e..nada). 

Ao ver o jornalista e escritor entrar na sala a juíza exclamou: "ainda bem que veio, para eu o poder ver ao vivo e a cores" (existe gravação da audiência).

O texto extraído da sentença não reproduz as verdadeiras declarações de José Rodrigo dos Santos e indicia perturbações graves em várias áreas. 

A juíza não sabe escrever? Tem problemas de expressão? Está mentalmente perturbada?  

jrr

A escritora mais censurada, diz Natália Guerrelus no video da rfi

"Só conseguiremos evoluir se o poder for entregue ao feminino", acrescentava Natália, "o feminino existente nas mulheres, nos homens, no bis, nos trans, nos anatemizados".

As suas palavras ora gelavam, ora incendiavam, não se faziam cinzas nem sarros - daí interrogar, interrogar-se se estávamos preparados para a grande mudança.

Que diria ela hoje de lideranças como a da senhora Von Der Leyen, presidente da Comunidade Europeia? e a da senhora Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu? e a da senhora Kristalina Georgieva, directora do FMI? e a da senhora Giorgia Meloni, primeira ministra de Itália? 

Fernando Dacosta