
BOTEQUIM
Edição de 29 Set. a 04 de Outubro sujeita a actualizações diárias (usamos IA e Wiki nas pesquisas)
Natália Correia está nas salas de cinema
A estreia do notável filme sobre Natália Correia, intitulado pela realizadora Rosa Coutinho Cabral de "A Mulher que Morreu de Pé", revitaliza a frase que a actriz Palmira Bastos imprimiu no nosso imaginário, "As Árvores Morrem de Pé", a partir da peça de Alejandro Casona, que ela interpretou magistralmente.

Ambas, Natália Correia e Palmira Bastos morreram, porque viveram, de pé, afirmando-se (como muitas outras mulheres no seu século) seres de excepcional envergadura humana. Curiosamente passam agora 150 anos sobre o nascimento da grande actriz que, nos últimos de vida era, no mundo de então, a intérprete mais velha a subir ao palco.
Palmira Bastos, que representou durante 75 anos, estreou-se com 15 anos no teatro da Rua dos Condes, na opereta "Reino das Mulheres", rapidamente se impondo ao lado de Augusto Rosa, Eduardo Brasão, Lucinda Simões, Chaby Pinheiro e Ângela Pinto.
Cedo ganhou a carinhosa designação de Grande Palmira, "quando está na ópera-cómica faz falta ao drama, quando está no drama falta à ópera-cómica", dizia-se a seu respeito. "A Grã-Duquesa", "A Severa", "A Conspiradora", "Uma Mulher Extraordinária", "Leonor Teles", "Ciclone" foram alguns dos seus grandes êxitos, entre dramas, comédias, operetas e revistas.
Detentora de um enorme talento, de rara versatilidade, de exigente profissionalismo, o seu amor ao teatro não tinha limites. Talvez por isso, seduziu todas as gerações e
classes sociais de então. No Brasil teve enormes apoteoses fazendo dezenas de tournée aquele país desde 1900. "A minha mãe era muito admirada, chegavam a tirar os cavalos do break que ela utilizava para o puxarem à mão entreo teatro e o hotel", disse-nos a filha Amélia Bastos Moreira da Cruz: "Voltou lá em 1960, sendo longamente homenageada com recepções e descerramentos de placas".
Palmira Bastos recebeu inúmeros prémios e condecorações, caso das ordens de Santiago e de Cristo, da medalha de ouro da cidade de Lisboa, do Cruzeiro do Sul e de Cidadã Carioca.
"Representámos pela primeira vez em 1922", destacaria por sua vez Amélia Rey Colaço, "tivemos uma camaradagem, uma admiração de mais de 40 anos. Ela foi tudo, a grande intérprete, a grande amiga que me acompanhou em horas más, sempre muito solidária, e em horas gloriosas, magníficas".
A artista recusava invariavelmente os convites do realizador Leitão de Barros para fazer cinema, afirmando que "passada pela máquina não dava nada". Dela ficou-nos apenas o filme mudo "O Destino", e a gravação de "As Árvores Morrem de Pé", feita pela RTP em 1965.
Numa entrevista, a actriz confessava: "Represento esquecendo-me de mim própria e da minha idade, destes anos todos de desilusões, de desgostos. Os momentos mais felizes da minha vida foram aqueles em que ouvi as primeiras palmas e em que fui mãe."
A 15 de Dezembro de 1966 apareceu pela última vez na festa de despedida do actor Raul de Carvalho com a reposição de "Ciclone". Pouco depois sofreu um AVC. Na clinica onde passou os derradeiros três meses, insistia que "haveria de voltar ao teatro, nem que fosse numa cadeira de rodas, pois desejava morrer de pé como as árvores". Morreu.
Carros para o povo, a sério?

Parecendo repescar uma ideia do senhor Adolfo (talvez a única boa que ele teve) a presidente Von der Leyen acaba de anunciar o projecto de um carro para o povo, à semelhança do que o Fhuer pretendeu com o amoroso Carocha, concebido por Ferdinand Porsche, veículo barato, fiável, económico, para dois adultos à frente e três crianças atrás - seria o automóvel mais vendido no mundo desde o seu lançamento em 1946 e o seu cancelamento em 2002.
Num assomo de realismo a presidente da Comissão Europeia percebeu o perigo de impor eléctricos por decreto, a prazo, sem condições, sem viabilidade, provocando o risco de falência de uma indústria europeia (com milhares de empregados) e o domínio da China no sector, com total prejuízo das classes baixas, incapazes de comprar carros na ordem dos 20 e tal mil euros, e de os abastecer por inexistência de postos de energia.
É insólito, na verdade, apresentar a quem ganha, como no nosso caso, mil e tal euros mensais, automóveis a

preços, a impostos na ordem dos aqui praticados. Os poderes, que esticaram a corda, parecem acordar para um descalabro que a sua arrogância provocou.As exigências estipuladas a níveis de poluição, limites de velocidade, IUCs, selos, taxas, além dos impostos nos combustíveis e nas transacções de veículos, tornaram a sua posse (bem como a sua substituição por eléctricos) insuportável para a maioria dos portugueses.
Pelos vistos, também para a de outros europeus. Programa de Automóveis Pequenos e Acessíveis é a proposta da CE agora dirigida às fábricas da especialidade (sugerindo-se energias além da eléctrica), na tentativa de salvar uma das actividades melhor acolhidas, e reconfortantes, no velho continente - e no nosso tão depauperado imaginário. Carros para o povo, a sério?
O carniceiro Bezalel Smotrich quer construir resort em Gaza

Um video de Bezalel Smotrich confirmou o pior cenário para Gaza: Israel bombardeia há 2 anos a Faixa de Gaza para lá poder montar um negócio imobiliário, segundo o ministro das finanças israelitas.
O video foi publicado pela BBC e mostra Bezalel Smotrich a rir (acompanhado nas gargalhadas pela assistência) por ter arrasado a Faixa de Gaza, dizendo que Trump tem em cima da mesa um plano para um grande negócio imobiliário.
Trump já fez aliás declarações no sentido uma futura Riviera (turistico-imobiliária) em Gaza.
A satisfação do ministro levanta agora dúvidas sobre a verdade de todos os acontecimentos do ataque a Israel, ignorado pelo forças armadas israelitas durante longas horas.
Com as suas declarações Bezalel destaca-se como um verdadeiro demónio, homem sem coração, crente incondicional da crença do povo eleito por deus, os Hebreus, e da aliança descrita nos 5 primeiros livros da bíblia.
Se o diabo existe, o seu nome é Bezabel Smotrich, mora nas Terras de Canan, que os Britânicos ofereceram aos Judeus e ao mesmo tempo prometeram aos Árabes, se estes lutassem contra o Império Otomano.

Em resumo, a figura do diabo é um amálgama de mitos e personagens de diferentes culturas. A sua forma mais conhecida, como o anjo caído e líder das forças do mal, foi moldada e consolidada principalmente pelo cristianismo ao longo de sua história. in gemini
A figura do diabo, como a conhecemos hoje, não foi inventada por uma única pessoa, mas sim desenvolvida e transformada ao longo de milhares de anos por várias culturas e religiões. É um conceito complexo que evoluiu a partir de diferentes mitologias e crenças.
O diabo nasceu há 4 mil anos
A Origem do Mal nas Religiões A ideia de uma força oposta ao bem existe em muitas tradições antigas.
Por exemplo: Zoroastrismo: Esta religião persa, uma das mais antigas do mundo (2 milanos AC) introduziu a ideia de um dualismo cósmico entre o bem (Ahura Mazda) e o mal (Angra Mainyu). Angra Mainyu, o "espírito destrutivo", é uma das primeiras figuras a personificar o mal de forma tão clara.
A Evolução na Tradição Judaico-Cristã
O conceito de um adversário divino ganhou forma mais definida nas tradições judaicas, cristãs e islâmicas.
No Judaísmo: A palavra hebraica "Satan" (do hebraico, ha-satan) significa "adversário" ou "acusador". No Antigo Testamento, Satan não é um ser maligno independente, mas sim um anjo de Deus que testa a fé das pessoas, como no Livro de Jó. Ele age a serviço de Deus.
No Cristianismo: Foi o cristianismo que transformou Satan em uma figura de maldade absoluta. Nos textos do Novo Testamento, ele é identificado como o líder dos anjos caídos, o tentador de Jesus e a origem do pecado. A figura de Lúcifer, o "anjo da manhã" que se rebelou contra Deus, foi popularizada por teólogos e poetas, especialmente na Idade Média. Essa fusão de Satan com Lúcifer solidificou a imagem do diabo como o principal inimigo de Deus e da humanidade.
No Islã: No Alcorão, Iblis ou Shaytan é uma figura semelhante. Ele era um jinn (um ser de fogo) que se recusou a se curvar a Adão por arrogância, sendo expulso do paraíso. Ele é visto como o tentador que sussurra más intenções aos corações humanos.
O Holocasto
do Povo Palestino
Uma breve histórias (documentada num video casual ) de duas crianças sozinhas no meio de uma invasão cruel sustentada pela Bíblia.
No livro sagrado dos Judeus está escrito que só o Povo Judaico se salvará no fim dos tempos. Trata-se de um acordo selado com a famosa Arca da Aliança. O Judeismo, o Cristianismo e o Islamismo são três religiões Abraâmicas que, na sua luta pela supremacia, têm causado os grandes males do mundo.
José Saramago, lê a Bíblia
e perdes a fé!
Portugal num futuro ibérico
Autores pelo Iberismo,
de Antero de Quental a Saramago

Antero de Quental foi um escritor, poeta e filósofo português do século XIX e grande adepto do Iberismo.
Ele escreveu principalmente poesia, sendo sua obra mais conhecida o livro de sonetos "Sonetos Completos". Além disso, ele foi um dos líderes da Geração de 70, um movimento intelectual em Portugal que defendia o progresso social e científico.
A obra mais importante e reconhecida de Antero de Quental é "Sonetos Completos". Publicada em 1886, esta coletânea de sonetos é considerada o ponto alto de sua produção poética. A obra reflete a maturidade filosófica e o pessimismo do autor, abordando temas como o sentido da vida, a busca pela transcendência, a solidão, a dor e a morte.
Além de sua relevância literária, os sonetos de Antero de Quental são um marco do Realismo-Naturalismo em Portugal, pois, embora usem a forma clássica do soneto, rompem com o sentimentalismo romântico e mergulham em uma introspecção profunda e existencial.

A posição de Antero de Quental sobre o iberismo foi um ponto crucial de sua vida e pensamento, embora tenha evoluído ao longo do tempo.
Da República Federal à desilusão
Inicialmente, ele foi um fervoroso defensor do iberismo como um projeto político. Em seu ensaio "Portugal perante a Revolução de Espanha" (1868), Antero argumentou que a união de Portugal com a Espanha em uma república federal era a única forma de o país superar o seu atraso e abraçar os ideais do progresso social e da modernidade. Para ele, o princípio da nacionalidade era menos importante do que os ideais de liberdade e justiça social que a união poderia proporcionar.
No entanto, essa fase de entusiasmo político foi seguida por uma profunda desilusão. A instabilidade política em Espanha e o fracasso do projeto republicano fizeram com que Antero abandonasse a defesa de uma união política. Ele percebeu que a realidade dos países ibéricos era mais complexa do que seus ideais de juventude.
Apesar de ter-se afastado do iberismo político, Antero de Quental manteve sempre uma visão de iberismo cultural. Ele via Portugal e Espanha como parte de um tronco cultural comum, com uma história e um destino partilhados, e essa ideia influenciou boa parte de seu pensamento e de seu círculo intelectual, a Geração de 70.
Principais Obras
"Odes Modernas" (1865): Publicado na juventude de Antero, este livro é uma afirmação de ideais socialistas e revolucionários. A obra é combativa e cheia de otimismo na capacidade do homem para construir um futuro melhor. Reflete a sua fase de ativismo político e a crença no progresso.
"Sonetos Completos" (1886): Considerada a sua obra-prima. Esta coletânea de sonetos é o ponto alto da sua produção poética e marca uma viragem radical na sua visão do mundo. Aqui, o otimismo das "Odes Modernas" dá lugar a um profundo pessimismo e a uma introspeção filosófica. O autor explora temas como a morte, a solidão, o sentido da vida, o sofrimento e a busca por um sentido de transcendência. A sua poesia torna-se mais mística e existencial.
"Portugal perante a Revolução de Espanha" (1868): Um ensaio onde Antero defende a ideia do Iberismo, ou seja, a união de Portugal com a Espanha numa república federal. Ele via essa união como a única forma de modernizar o país e superar o conservadorismo. Com o tempo, essa posição política foi abandonada, mas a obra continua a ser um documento importante do seu pensamento político inicial.
"Causas da Decadência dos Povos Peninsulares nos Últimos Três Séculos" (1871): Este ensaio, que serviu de conferência no Casino de Lisboa, é um dos textos centrais da chamada Geração de 70. Nele, Antero aponta o fanatismo religioso, a Inquisição e o Absolutismo como as principais razões para o atraso e a decadência de Portugal e Espanha. O texto é um apelo à modernização, à ciência e ao liberalismo.
Homem controverso
Antero de Quental é uma figura complexa, cuja obra transita entre o idealismo romântico e o pessimismo existencial. O seu percurso intelectual, do ativismo político à reclusão filosófica, é um dos mais fascinantes da literatura portuguesa.
A Jangada de Pedra de Saramago ruma para o iberismo

José Saramago foi um dos mais importantes escritores de língua portuguesa de todos os tempos e um adepto do Iberismo, apontando-se o seu livro "A Jangada de Pedra" como prova disso.
Nasceu em 1922, em Azinhaga, Portugal, ele é mundialmente conhecido por seu estilo de escrita único e por ter recebido o Prêmio Nobel de Literatura em 1998.
O trabalho de Saramago é marcado por uma escrita inovadora e desafiadora. Ele usava frases longas e complexas, sem aspas para os diálogos e com pontuação diferente do padrão. Isso faz com que o leitor precise se concentrar bastante, mas também cria um fluxo narrativo que mistura a voz do narrador com a fala dos personagens. Seus romances frequentemente exploram temas como a natureza humana, a história e a sociedade, usando alegorias e parábolas.
Entre suas obras mais famosas, destacam-se:
Memorial do Convento (1982): um romance histórico que se passa durante a construção do Convento de Mafra.
O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984): uma homenagem e uma reflexão sobre a figura de Ricardo Reis, um dos heterônimos de Fernando Pessoa.
O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991): uma polêmica releitura da vida de Jesus, que gerou controvérsia e o levou a se mudar para as Ilhas Canárias.
Ensaio sobre a Cegueira (1995): talvez sua obra mais famosa, é uma alegoria poderosa sobre a perda da moralidade em uma sociedade que, de repente, é atingida por uma "cegueira branca".
A escrita de Saramago é frequentemente descrita como filosófica e crítica, questionando o poder, a fé e o papel do ser humano no mundo. Ele morreu em 2010, deixando um legado imenso para a literatura mundial.

O livro "A Jangada de Pedra", de José Saramago, é uma grande alegoria. A história começa com a Península Ibérica se separando do resto do continente europeu, navegando em direção ao Atlântico. Essa ideia fantástica serve como base para que o autor explore vários temas complexos.
Os principais temas e significados da obra
O livro não tem uma única interpretação, mas os estudiosos e leitores geralmente concordam que Saramago usa essa situação para refletir sobre:
A identidade ibérica: A Península Ibérica (Espanha e Portugal) se afasta da Europa, o que levanta a questão de sua própria identidade. O que define esses países e sua cultura? Eles se sentem verdadeiramente parte da Europa, ou sempre estiveram de alguma forma "à parte"? A jangada de pedra simboliza essa separação geográfica e, ao mesmo tempo, cultural.
O futuro da Europa: Saramago questiona o projeto de unificação europeia. A separação da Península Ibérica representa uma crítica ou um questionamento sobre os rumos da União Europeia. Será que a união é realmente sólida ou pode se fragmentar? A obra sugere que a Europa, como um bloco, é frágil e que a identidade de seus povos pode ser mais forte do que a unidade política.

A busca por um novo rumo: Conforme a Península Ibérica se move, os personagens principais — que têm poderes estranhos e que supostamente causaram o fenômeno — partem em uma jornada pela terra à deriva. Essa viagem é uma metáfora para a busca por um novo propósito ou sentido na vida, tanto para os personagens quanto para a própria sociedade. A incerteza do futuro e a necessidade de se adaptar a uma nova realidade são temas centrais.
A solidariedade e a condição humana: Diante do caos e do pânico, o livro também mostra a capacidade humana de se unir, de criar comunidades e de buscar a solidariedade. Em meio à incerteza, os personagens e a população precisam se reajustar e encontrar novas formas de viver e se relacionar.
Em resumo, "A Jangada de Pedra" é uma fábula moderna que usa um evento impossível para discutir questões muito reais sobre política, identidade, destino e a natureza humana. O livro convida o leitor a pensar sobre as fronteiras, sejam elas geográficas ou culturais, e o que acontece quando elas desaparecem.
"Na presença dos Espíritos" angolanos faz sucesso em Nova YorK

A melhor colecção do mundo de arte angolana está em Lisboa e é composta por centenas de peças que deslumbraram Nova York. A coleção está guardada no Museu Nacional de Etnologia, em Lisboa, mas ano-após-ano apenas capta o interesse de 6 mil visitantes -segundo dados da Direcção de Museus e Monumentos.
Esta coleção divulga de forma notável a alma dos povos de Angola e resulta de centenas de difíceis aquisições, transferências e ofertas efectuadas desde 1947.
A oportunidade da sua revelação internacional ocorreu através da exposição "Escultura Angolana-Memorial de Culturas", organizada em 1994 no âmbito das actividades de Lisboa - Capital Europeia da Cultura.
O evento, composto por 250 espécies, teve uma enorme repercussão mundial e uma invulgar aderência de visitantes. Como consequência, o Museu de Etnologia passou a ser frequentado por inúmeros especialistas em arte africana, surpreendidos pela raridade, qualidade e diversidade do seu acervo.O interesse despertado levou à organização da retrospectiva intitulada "Na Presença dos Espíritos" que foi apresentada nos Estados Undos, de seguida no Museum for African Art Nova Iorque, no Flint Institution of Arts do
Michigan, no Smithsonian Institte de Washington e, por fim, no Birmingham Museum de Alabama. As exposições revelaram, segundo o seu comissário, Frank Herreman, "as variadas facetas da herança africana que não cessam nunca de nos surpreender e maravilhar".
Através do espólio de Lisboa podemos percorrer as vivências, os rituais e as tradições de todas as etnias angolanas. Nelas destacam-se as esculturas dos deuses locais, as máscaras usadas em cerimónias sagradas, os bancos como tronos dos reis, os bastões dos chefes tribais, as estelas funerárias e os objectos de uso quotidiano como ornamentos, cachimbos e pentes.
Para os especialistas internacionais, o espólio do museu português é superior ao existente no Museu do Homem de Paris, considerado um dos maiores centros de estudo da civilização africana.
O glamour dos reis Eduardo e Alexandra da Grã-Bretanha

Theresa Lobo
Aqui deixo uma nota especial, termina a 22 de Novembro a exposição "Os Eduardianos, a Era da Elegância", na King's Gallery, em Londres, onde se destaca a elegância do Rei Eduardo e da Rainha Alexandra.
Esta exposição está assente em dois casais reais que definiram o estilo no início do século XX: Eduardo VII e a Rainha Alexandra, e o seu filho, Jorge V, e a sua mulher, a Rainha Maria.
Falamos de um período de grande opulência e mudanças profundas, com a Europa a aproximar-se da Primeira Grande Guerra e a Grã-Bretanha a entrar na Era Moderna.
A coroação do Rei Eduardo VII e da Rainha Alexandra a 9 de Agosto de 1902 foi um dos eventos reais mais sumptuosos da história britânica. Esta exposição reúne, pela primeira vez, uma variedade de itens encomendados e usados pelo casal real para a ocasião.
Alexandra escolheu um vestido dourado dramático, criado pela casa de moda parisiense Morin Blossier, liderada por mulheres, bordado com milhares de lantejoulas douradas minúsculas, desenhadas para brilhar sob as luzes eléctricas instaladas na Abadia de Westminster.
O vestido de coroação foi o primeiro traje real a incluir os emblemas nacionais da Grã-Bretanha (rosa, cardo e trevo), uma tradição que continuou em todos os vestidos de coroação posteriores.

Quarenta bordadeiras em Deli trabalharam cinco meses numa rede dourada do vestido, antes dele ser enviado a Paris para ser sobreposto ao tecido de ouro e transformado no vestido final.
Alexandra cobriu-se de jóias e pérolas para a coroação, incluindo um colar e brincos de diamantes que foram presente de casamento de Eduardo, agora expostos pela primeira vez. Levou também o colar Dagmar, presente de casamento do Rei da Dinamarca.


Nesta exposição está o seu leque de penas de avestruz, com um cabo adornado de coroa de diamantes e a letra "A". Junto vemos o manto de coroação em tecido de ouro, envergado por Eduardo e ainda os tronos encomendados para a ocasião e os retratos oficiais de Eduardo e Alexandra pintados por Sir Samuel Luke Fildes, com mais de três metros de altura.
Os tronos representaram uma ruptura com a tradição real e foram encomendados de uma empresa francesa pelo rei Eduardo fascinado pelo design francês.
Nesta exposição está também o vestido de "Maria, Rainha dos Escoceses", usada por Alexandra num baile à fantasia em 1871. E uns binóculos de ópera em ouro da Tiffany & Co, adornados com diamantes e pérolas.
São vários retratos expostos todos de grandes proporções executados por pintores famosos como Philip de László e John Singer Sargent, que captaram a moda espectacular daquele período.

Portugal: mesma população para o dobro de casas

Aqui vai uma pergunta óbvia: porque razão não lemos um livro ou um jornal? Porque passamos a vida a conduzir o pópó. E porquê? Porque moramos nos arredores das cidades, às vezes no cimo de montes sem um café, uma mercearia ou um barbeiro.
Quantas casas vazias temos em Portugal? 730 mil segundo relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (fundada em 1961 por 38 países). E quantas casas foram construídas nos últimos 50 anos em Portugal? O dobro para uma população estável de 10 344 024
O Census 21 revelou existirem 577 casas por cada 1000 portugueses e registou 12,5 por cento de casas devolutas. Na Gra-Bretanha o número de casas é de 433/1000 habitantes.Itália e Espanha também andam perto de Portugal com aldeias e cidades a esvaziarem-se.
A população na Europa está em queda rápida... mas é na especulação imobiliária que se ganha montes de massa. Livros para quê?

TIM, Barraca e Angélica




mas eu estou sempre à coca

Há um tipo que vejo de quando em vez e me toma por amigo dele. Não sei da razão, calha sempre uns dias depois de eu cortar o cabelo. No meu caso um pente-um rapidinho de 5 minutos, como é de tom a um careca compulsivo, sem aqueles designs da treta que só engrossam filas de clientes à espera que no lounge & atelier o artista barbeiro se despache.
O tipo que me toma por amigo dele é skinhead e despede-se com um sonoro 'white powder', que é o que insisto em ouvir dele, como se se referisse aos farináceos. Em vez de acreditar que ele grita 'poder branco'
e eu tenha de lhe explicar (como sempre ocorre quando o vejo ou ele me topa) que não sou skinhead mas sim careca, a sério e até careca de sabê-lo. E de pó de droga, nicles: que tal qual como contra o latente racismo com dose de reforço do tipo que me toma por amigo dele, não snifo mas estou

sempre à coca. Voltei a vê-lo ontem: mesma saga, mesmo white não-sei-dos-quantos, mesmo equívoco sobre a minha careca. Diz-me que vai votar na direita tonta.
Se eu bem percebo os racistas, a maior manifestação que conheço de atraso mental voluntário, o tipo que me toma por amigo dele é tão idiota que é capaz de acreditar que a causa do seu racismo só pode crescer se ele votar em branco...
Podia ser uma graçola brejeira da minha parte, mas se vissem as fuças de um racista skinhead convicto e que não sabe o que é um careca a sério...
Cartoonistas tem Trump na berlinda








Do amor nada mais resta que um Outubro

Escrito numa ânfora grega
