
BOTEQUIM

O escritor açoriano João Pedro Porto venceu a edição de 2025 do Prémio Literário Natália Correia, uma iniciativa da Câmara Municipal de Ponta Delgada, com a obra "Não-Poema".
João Pedro Porto nasceu nos Açores, em Abril de 1984. A Brecha fez sucesso e foi o seu quarto romance, tendo publicado O Rochedo que Chorou, O Segundo Minuto e Porta Azul para Macau.
O conto O Homem da Mansarda foi editado em formato de livro e fez parte da primeira antologia coordenada pelo Centro Mário Cláudio.
É autor da letras do álbum Terra do Corpo, de Medeiros - Lucas.
Sobre a sua escrita, Valter Hugo Mãe escreveu: «Reverberam séculos nas suas construções. Um invasor absoluto, um denunciador. João Pedro Porto é cénico, performativo, esdrúxulo, temperamental, mas sem arrogância. Apenas luxuoso, desse luxo de poder fazer.»



Infantilizar os portugueses

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Em Portugal, nesta altura, quase nada parece valer a pena - mesmo que a alma não se tenha feito pequena.
O que se passou, continua a passar, nos último anos, os primeiros deste alucinado século, merece ser reflectido sem manipulações nem engodos,para não se pôr em risco a nossa dignidade.É difícil aceitar-se que, estando num tempo de liberdade democrática e de crescente riqueza - em que bancos, supermercados, gasolineiras, seguradoras (e afins) ganham milhões de euros por dia - dois milhões de portugueses vegetem subalimentados, submedicamentados, subaquecidos, subouvidos, com misérias mensais de 800 euros por mês;
que dois terços dos empregados não aufiram o necessário para sobreviver; que a classe média (sustentáculo das democracias) estiole asfixiada por impostos demenciais; que os jovens (os da geração melhor preparada de sempre - espantoso embuste!), sejam alfobre deneos-escravocratas,
a não ser que emigrem enxutados por um país que os despreza e que, saudoso do colonialismo, importe mão de obra barata de um terceiro mundo aviltado pelos seus actuais
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dirigentes; que os idosos, em número crescente, sejam caluniados de explorar o erário público, escamoteando-se o que o Estado fez dos descontos que eles e as suas empresas somaram durante pelo menos quatro décadas.
Nem políticos, nem intelectuais, nem criadores, nem influencers (que ridícula palavra!) surgem a revelar ideias de recuperação, horizontes de futuro, comportamentos de decência.
Ninguém quer ouvir os outros, apenas impor-se aos outros, infantilizar os outros. No poder, socialismo, social democracia, democracia cristã, liberalismo falharam sob ideologias miríficas e filibusteiras. Nas redes sociais a inveja faz-se, entretanto, lodo, a insídia catecismo, a agonia desespero.
nos 80 anos de Hiroshima, mundo ignora tragédias semelhantes

"Estes desenvolvimentos ignoram de forma flagrante as lições que a comunidade internacional deveria ter aprendido com as tragédias da história", afirmou Kazumi Matsui, junto à Cúpula da Bomba Atómica, um dos poucos edifícios que sobreviveram ao ataque nuclear.O secretário-geral da ONU enviou uma mensagem em que alerta para "o risco de conflito nuclear" que "está a aumentar" e a confiança "está a diminuir"
António Guterres aponta que "as divisões geopolítica estão a aumentar" e avisa que as armas nucleares "que trouxeram tanta devastação a Hiroshima e Nagasaki estão novamente a ser tratadas como instrumentos de coerção."

O componente do exército do projeto foi designado como Distrito Manhattan, sendo que posteriormente o termo "Manhattan" gradualmente substituiu o codinome oficial ("Desenvolvimento de materiais substitutos"). Ao longo do caminho, o programa absorveu o seu homólogo britânico, o Tube Alloys.
O Projeto Manhattan começou modestamente em 1939, mas cresceu e empregou quase 130 mil pessoas e custou cerca de dois bilhões de dólares (o equivalente a cerca de 26 bilhões de dólares em 2013[1]). Mais de 90% do custo foi para a construção de fábricas e produção de materiais físseis, com menos de 10% para o desenvolvimento e produção das armas.
A pesquisa e produção ocorreu em mais de 30 locais nos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá.⁸ in wiki
Maguerite Duras
"Hiroshima meu amor"
Um homem e uma mulher encontram-se. Ele é japonês; ela é francesa e veio a Hiroshima para trabalhar na rodagem de um filme sobre a paz. Encontramo-los agora despidos, deitados sobre a cama de um hotel. E conversam. Ela quer que estes sejam os derradeiros momentos que passam juntos, antes de regressar a casa, no dia seguinte. Ele não a quer deixar ir. São ambos casados, com filhos e uma vida familiar relativamente feliz.
A breve aventura acontece no único lugar do mundo em que não se espera que estas coisas aconteçam. Conversam sobre Hiroshima, como se não fosse impossível falar de Hiroshima. Ambos carregam uma ferida aberta do passado, não apenas ele. A dela é a do primeiro grande amor, por um soldado alemão executado à sua frente após a libertação - a que se seguiu o calvário da tosquia e da humilhação das mulheres que se haviam deitado com o inimigo.
Este livro nasce a partir do argumento que Marguerite Duras escreveu para o filme homónimo de Alain Resnais e reaparece, agora, numa nova edição. in WOOK
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"Quem matou a Visão?"
A revista Visão acabou mas pode recomeçar facilmente com a palavra "Nova", no cabeçalho Visão.
Tal como aconteceu com a "Nova Gente", retirada ao Expresso ("Gente") por Jacques Rodrigues, agora rico à custa da construção civil e não do jornalismo.
O problema não é pois continuar ou recomeçar. O problema é saber quem e porquê mataram a Visão, coisa muito comparável ao livro de Agatha Christie "Crime no Expresso do Oriente", onde todos são cúmplices do assassinato.
A Visão desceu dos 87 mil exemplares de 2013, para 26.550 em 2020. E, de então para cá, passou a ser desconhecido o número exacto de exemplares impressos.


Se número de 26.550 for fiável, nasce a pergunta: uma publicação pode sobreviver sem publicidade e com um número tão baixo, quando mais de 50 por cento do preço de capa é o custo da distribuição?
Em rigor "Quem Matou a Visão?" não foram os jornalistas que fizeram do melhor jornalismo do mundo. Foram os portugueses que andam de beijo na boca com o tik-toks, com Fátima e com o Futebol.
Comentamos com vigor os futebóis de milhões. largamos milhões em Fátima, nos bolsos do Bispo de Leiria do Banco do Vaticano (IOR). Mas deixámos de comprar o que era bom: a Visão!
E o recém dono da Visão, Luís Delgado é o único inocente nesta história, porque aceitou uma cabazada de publicações de Balsemão, como se fosse uma missão possível, sabendo que estava a comprar ruínas.
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"Visão uma batalha perdida?"

A revista Visão e em geral a Imprensa vão ficar na história de Portugal como o quinto grande esbanjamento dos últimos 5 séculos.
Primeiro foram os Descobrimentos (só restou o Mosteiro dos Jerónimos). Depois foi o Ouro do Brasil (só ficou o Mosteiro de Alcobaça). Mais recente, foram a Febre do Volfrâmio e a corrida dos diamantes da Diamang (tudo derretido).
Por último, seguiram-se os milhões dos Fundos Sociais Europeus.
Destas 4 enxurradas de bens e notas de crédito, desapareceu tudo e sem rasto.
E agora? Agora estamos alegremente a matar a Imprensa, o melhor investimento destes últimos 50 anos e o mais precioso capital de um país (a palavra escrita). Esbanjamos tudo, alegremente.
José Ramos e Ramos







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Quando os ventos já sopravam liberdade
original do discurso de Miller Guerra na Assembleia Nacional


João Miler Guerra foi um neurologista feito deputado da Ala Liberal na Assembleia Nacional, antes do 25 de Abril de 1974, quando a liberdade já vinha nos ventos. de todos os lados.
No início de 1973 Miler Guerra tomou, a palavra na vez de Francisco Sá Carneiro, que ficara retido no Porto, por causa de uma avaria num avião.
Levantou-se, tossiu e questionou o governo de Marcelo Caetano sobre a intervenção policial na Capela do Rato, onde católicos faziam uma vigília contra a Guerra Colonial.
Os deputados Tenreiro e Casal Ribeiro pegaram nos pesados microfones de então e tentaram agredir Miler Guerra imperturbável na leitura do texto, cujo original publicamos.
Assisti juntamente com outros 10 alunos do Liceu de Queluz, levados pelo padre Alberto Neto, um revolucionário anarquista sorridente.
Era revolucionário porque dava a s aulas no anfiteatro de cimento e anarquista porque não tinha fio condutor no que dizia. E sorria, sorria muito.
Os ventos já sopravam a favor da liberdade. E até as 23 poderosas-famílias já sonhavam com novos negócios e novos mundos.



era miúdo quando o deputado Miller Guerra me entregou o discurso que pre-anunciou o golpe militar do 25 de Abril, transformado depois em revolução.
As 3 folhas vão ser enviadas a José Pacheco Pereira.
Hoje já só sinto nelas incómodo, após ter encontrado no YouTube um video explicando o episódio da Capela do Rato onde pontuam Isabel do Carmo e Jorge Wemans
A acção de Isabel do Carmo foi-me explicada pelo arrependido Altino Dias de Oliveira, em entrevista que preencheu a Revista inteira do Expresso.
Jorge Wemans conhecido no tu-cá-tu-lá como o pior provedor da Informação da RTP. Um autêntico moço de recados das forças negras da igreja de Roma.
A dada altura escreveu-me pedindo para lhe revelar as fontes de uma reportagem de 30 minutos, no Linha da Frente da RTP, sobre o juiz Armando Leandro. Um acumulador das funções de presidente da Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco - entidade do Estado que retira crianças a famílias, com as funções de presidente da Crescer-Ser, instituição privada de acolhimento de crianças retiradas a famílias.
Consultando a lista dos corpos gerentes da Crescer-Ser vislumbra-se um ninho de juizes e magistrados, primos de deus.
Depois de Abril de 74, fui paciente e amigo do neurologista Miler Guerra, homem muito beato, mas honesto.
Agora andará às reviravoltas nos céus, porque afinal na C<apela do Rato a luta contra a Guerra Colonial era um pouco diferente.
Claro, na comemorações da data, lá este Marcelo Rebelo de Sousa a dar-lhes com uma medalha. E porquê?
josé ramos e ramos

Ligo a luz e esperneio do pasmo

Mudei a lâmpada da casa de banho. É ténue e disfarçada.
Ligo a luz e esperneio do pasmo de me aparecer o fantasma voltaico de uma namorada efémera, primo il bagnetto e dopo le parole, a quem estive para perguntar 'e porque diabo estás vestida de cortina de banheira?' até perceber que a miúda se barrava em tatuagens como numa torrada morna.
Gosto desta parte da idade em que só depois me lembro do que se calhar devia ter esquecido antes.
O Holocasto do Povo Palestino
A Alemanha juntou-se ao Reino Unido, França e Canadá no reconhecimento oficial do Estado da Palestina. A formalização ocorrerá em Setembro na abertura dos trabalhos da Organização das Nações Unidas. Espanha e Irlanda já reconheceram a Palestina como estado soberano.
Cartoonistas não largam Trump





mais de terra e fogo é o abraço



